Os encontros
A maioria dos estudos sobre a collage, ingenuamente, sempre tratou de colocá-la
numa antinomia de oposição entre o recortar-colar, rasgar-costurar, desmontar-montar,
separar-unir, extrair-embutir, dispersar-organizar, quebrar-colar, ignorando o intervalo
significativo que se dá entre essas etapas. Basta olhar no programa de seu computador.
Até mesmo os linguistas trataram de colocar como uma linguagem de oposição, não
explicando como se dá a articulação das figuras. Nesse sentido, a fenomenologia dos
encontros ilumina este espaço de atuação do encontro das figuras localizado exatamente
no meio dos dois extremos, entre o cortar e o colar, nessa instantaineidade obscura que
guarda segredo.
Quando concebi uma poética da collage em A Collage como trajetória amorosa (FUÃO, 2011) pensei desde o ponto de vista mais primário, ou seja, desde seus instrumentos e materiais. A collage, como qualquer outra forma de representação, pressupõe a utilização de determinados materiais e instrumentos, e também de certas etapas que devem ser cumpridas ao longo do procedimento.
Assim a primeira etapa da collage consiste na escolha dos elementos, das figuras que se pensa utilizar para recortá-las, separá-las, conforme a maneira que lhe interessa. A esta etapa denominei, obviamente, recorte. O material resultante desta operação constitui-se no que se denomina por fragmentos ou figuras, que são os seres da collage. A etapa seguinte consiste em justapor estas figuras com outras para que surja uma nova significação A este movimento ou instante costumo utilizar a expressão encontros, que serve para designar toda sorte de aproximações que as figuras liberadas de seu contexto anterior costumam realizar.
Finalmente a última etapa, a que dá nome ao procedimento, é a utilização da cola, e tem por objetivo fixar uma figura à outra, ou a um suporte. Ao investigar o sentido etmológico da cola, descolam-se uma serie de significações, desdobramentos, que iriam muito além da substância cola mesma, ou do ato do colar, enviando seu............
http://www.ensaiosfilosoficos.com.br/Artigos/Artigo9/Fernando_Fuao.pdf
Quando concebi uma poética da collage em A Collage como trajetória amorosa (FUÃO, 2011) pensei desde o ponto de vista mais primário, ou seja, desde seus instrumentos e materiais. A collage, como qualquer outra forma de representação, pressupõe a utilização de determinados materiais e instrumentos, e também de certas etapas que devem ser cumpridas ao longo do procedimento.
Assim a primeira etapa da collage consiste na escolha dos elementos, das figuras que se pensa utilizar para recortá-las, separá-las, conforme a maneira que lhe interessa. A esta etapa denominei, obviamente, recorte. O material resultante desta operação constitui-se no que se denomina por fragmentos ou figuras, que são os seres da collage. A etapa seguinte consiste em justapor estas figuras com outras para que surja uma nova significação A este movimento ou instante costumo utilizar a expressão encontros, que serve para designar toda sorte de aproximações que as figuras liberadas de seu contexto anterior costumam realizar.
Finalmente a última etapa, a que dá nome ao procedimento, é a utilização da cola, e tem por objetivo fixar uma figura à outra, ou a um suporte. Ao investigar o sentido etmológico da cola, descolam-se uma serie de significações, desdobramentos, que iriam muito além da substância cola mesma, ou do ato do colar, enviando seu............
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