5 de nov. de 2012

ERIK MULLER

COLLAGES  de

ERIK MULLER THURM


Erik Muller Thurm.Time remains. collage
Erik Muller Thurm. Monalisa Junk. collage

As collages de Erik Muller Thurn

As collages de Erik surpreendem e carregam dentro si uma inquietante estranheza: a unheimlich tal como conceituou Freud. Um misto de tranquilidade e inquietação,  duas faces distintas no trabalho de Erik:  de um lado o Pop, o popular, o familiar por assim dizer, do outro o cinza, o dark,  o terrorífico, Os dois elementos estéticos da modernidade conjugados sob o signo do sangue do tempo De alguma forma, não se trata que um seja o reverso do outro, mas mesmo não aparente, um esta contido no outro. Nas collages de releituras pop, elas sutilmente apresentam alguma coisa inquietante, ou vice versa, o pop deixa  rastros nas collages de terror, fazendo lembrar a cultura dos cartazes de filmes e da cultura da historias  em quadrinhos de terror, e dos zombies resgatados por George Romero, the dawn of the living dead.
Na collage,  A mona Lisa Junk, estamos frente a uma collage eminentemente pop, onde permanecem visiveis as influencias dos dadaísta Kurt Schwitters, Raoul Hausmann, ou mesmo dos pop dos anos 60-70 como Andy Warhol, Joseph Cornell, Raushemberg. Trata-se de uma collage acumulativa de fragmentos de diversas origens selecionados baixo um critério de imagens das collages dos anos 60, recortes de palavras, pinceladas, carteiras de cigarro, cartas de baralho, objets trouves  e até mesmo fita métrica surreal que  não  mede centímetros mas o tempo, compõe o pano de fundo para essa releitura da Mona Lisa junkada pelos simbolos de nosso tempo. Enfim, mas não é sobre o tema das releituras que me dedico, mas descobrir o próprio tempo oculto na obra de Erik que essa fita métrica do tempo funciona como uma chave um rastro do pensar do Erik. 
O tempo é a grande cola.
The time remains é o titulo de outra collage, que tem a temática do tempo. Um fio, uma fita, amarra cola algumas ou muitas colagens de Erik. O tempo atravessa e permanece nelas. Nesse caso, os fotogramas da película de filme se assemelham a uma fita métrica, que não mede os centímetros mas o próprio tempo, a essência do fotograma e de sua animação.  A presença do relógio, abre o sentido para o tempo, e  o braço e a mão assume ares de ponteiro, muitas colagens, assim como outras obras parecem que estão embebidas sob um velo vermelho sanguíneo; o mesmo vermelho estará presente em varias collages de Erik, para trazer a questão do terror e da inquietante estranheza, do sangue como fluxo do tempo. O terror do tempo, o tempo do terror, o horror ao tempo. A temática do tempo esta presente também em "X ray 01" e  "the tire picture", Há também a série de collages sob o título Calendários que arrastam o tempo. O sangue os líquidos escorrem grudando como próprio tempo. Seu autoretrato de 2006 é a reflexão dessa ideia.



ERIK MULLER
http://digitalskeleton.deviantart.com